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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Olhar, sentir, desejar, pegar, amassar, girar, jogar,... que gostoso é conhecer e experimentar o mundo!



 

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE INHUMAS
CURSO DE PEDAGOGIA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL II


EURIDES CRISTINA LOPES
POLLYANA MOREIRA NEVES MANSO
ROSANA ETERNA DA COSTA
TÂNIA GOUVEIA DA SILVA RAIMUNDO








Olhar, sentir, desejar, pegar, amassar, girar, jogar,... que gostoso é conhecer e experimentar o mundo!















Inhumas
Setembro/ 2013





Apresentação

Este projeto surgiu a partir das observações e coletas de dados das práticas pedagógicas vivenciadas no campo creche, mediadas pelas concepções e perspectivas que norteiam a Educação Infantil levando em consideração as necessidades e interesses das crianças, principalmente as crianças ainda muito pequenas do berçário.
Mediante as discussões e reflexões acerca das concepções que orientam a Educação Infantil percebemos a necessidade das crianças serem reconhecidas com sujeitos de direitos. Nesse sentido, esse projeto tem como finalidade proporcionar às crianças a oportunidade de novos conhecimentos e descobertas através da máxima exploração do ambiente da creche onde elas possam expressar sua forma de compreensão do mundo pegando, puxando, amassando, jogando; girando. Esse processo proporciona descobrir e aprender sobre si, sobre o outro e sobre os objetos do mundo.
Desse modo, valorizar a criança como ser de direitos com desejos e vontades próprias nos instiga a pensar sobre as diferentes formas de se expressar de cada uma delas que não podem ser desconsideradas, pelo contrário tem que ser ampliada cada vez mais por meio das múltiplas linguagens, principalmente com as crianças do berçário. Segundo Osteto (2008, p.38) “[...] para lidar com crianças dessa faixa etária é preciso construir vivências significativas, envolvendo exploração, com todos os sentidos [...]”.


Justificativa

O brincar é algo que constitui a criança bem como a sua infância. É na brincadeira que a criança desenvolve a capacidade de imaginação, de criação e recriação do mundo que a cerca. Pensando nessa perspectiva do brincar é que desenvolvemos esse projeto intitulado “Olhar, sentir, desejar, pegar, amassar, girar, jogar,... que gostoso é conhecer o mundo brincando!”, pois pensamos que a brincadeira é um dos elementos essenciais para o desenvolvimento da criança como sujeito de sua própria história.
Ao criarmos esse projeto levamos em consideração a importância do trabalho destinado à infância e principalmente o trabalho com os bebês que são crianças muito pequenas e que necessitam de um planejamento voltado para exploração de seus sentidos e curiosidades em relação ao mundo físico; entendendo que elas também se constituem como um ser que se desenvolve com e no mundo mediado pelas múltiplas linguagens e interações.
E é no espaço educativo que sua aprendizagem pode ser ampliada, espaço este fértil para a produção do novo e do inusitado para a construção de sua identidade. Assim, quanto diversificado for o meio sociocultural dessas crianças maiores serão as possibilidades de conhecimento e criação. Desse modo, consideramos a brincadeira essencial para o desenvolvimento social, afetivo, cognitivo e motor dos bebês, pois através da interação criança com criança, criança com adulto e o manuseio de objetos com formato, tamanho, cores e espessuras diferentes, eles são capazes de se desenvolverem e ampliarem as possibilidades de se autoreconhecerem como sujeitos ativos no meio em que estão inseridos.
Desenvolveremos o referido projeto com dezessete crianças do berçário da Creche Municipal Maria Caetano, do município de Inhumas-Go. Apesar de serem crianças ainda muito pequenas, acreditamos nas capacidades dessas crianças de participarem ativamente das brincadeiras propostas e de interagirem com os objetos disponibilizados e também com as outras crianças e pessoas a sua volta.
Dornelles (2001, p. 104) menciona que logo que nascem, os bebês começam o conhecer o mundo por meio das relações e interações que mantemos com eles como numa troca de olhares, no sorriso, no toque. Além disso, brincar e interagir com essas crianças pequenas é proporcionar a elas o direito de serem felizes e de se desenvolverem plenamente. Dessa forma, Dornelles (2001, p. 104) afirma que

é através do jogo e pelo brinquedo que a criança vai constituindo-se como sujeito e organizando-se: o bebezinho aproxima e afasta os brinquedos, olha os objetos suspensos no seu berço e acompanha o seu deslocamento, tira e bota muitas vezes os brinquedos da gaveta...a criança parte primeiro das brincadeiras com o seu corpo para aos poucos, ir diferenciando os objetos ao seu redor. [...], todos que o atendem, educam-no e cuidam dele devem utilizar todos os momentos possíveis do cotidiano como, por exemplo, os momentos da troca, banho, alimentação... para realizarem brincadeiras com eles. (DORNELLES, 2001, p. 104)   

   Assim, entendemos que interagir com os bebês nos mais diversos momentos do cotidiano é uma atitude importante, pois se refere à perspectiva do cuidar e educar, atendendo as suas necessidades presentes e reais ampliando as possibilidades da educação. Nesse sentido, Guimarães (2011, p. 46) ressalta que o desafio do cuidado com os bebês é compreender que eles dialogam com o corpo penetrando na atividade dos adultos, fazendo-se presentes, buscando uma forma de comunicação, que seja pelo olhar, no enfoque afetivo do banho, da troca de roupa, da brincadeira e da atenção individualizada. Essa atitude do olhar e da afetividade das ações no cuidado com os bebês é importante para a quebra de uma ação mecânica e cristalizada:

Parece que a fala não é exatamente o que sustenta a conexão afetiva entre o adulto e criança, mas o olhar. O olhar da criança busca relação com o que ocorre, focando a toalha, a fralda, buscando o olhar do adulto. Quando o olhar da criança toca o olhar do adulto e vice-versa, parece que se rompe o automatismo, estabelecendo-se comunicação e contato. O sentido do momento oscila entre o mecânico e o afetivo, [...]. (GUIMARÃES, 2011, p. 43)

Desse modo, o educador precisa valorizar as iniciativas das crianças e proporcionar a elas a oportunidade de experienciar cada momento dessas relações ricamente, abrindo a possibilidade e encontrar o novo, o inesperado na rotina do cotidiano. Nessa perspectiva, Guimarães (2011, p. 49) afirma que

O cuidado envolve a criação de oportunidades para a criança trabalhar sobre si, encontrando um ponto de conforto enquanto espera sua vez, alimentando-se sozinha, quando já tem capacidade motora para tal, no movimento de ganhar potência. A abertura, o não enrijecimento de ações já conhecidas e cristalizadas (colocar todos na cadeira ao mesmo tempo) gera novas possibilidades para o trabalho. (GUIMARÃES, 2011, p. 49).


São essas novas possibilidades que podem enriquecer as atitudes e ações dos educadores no sentido de proporcionar aos bebês a oportunidade de vivenciarem a aprendizagem de si mesmos e do mundo que os cercam, de crescerem e de se desenvolverem como seres plenos e únicos.
Para tornar o ambiente educativo rico e significativo na educação infantil, Muller e Redin (2007, p. 17) definem que

O cotidiano na escola de educação infantil será significativo para as crianças, se for um espaço de trocas, de intercâmbio, de valorização de diferenças. O professor precisa estar aberto ao novo e ter habilidade para torná-lo rico de possibilidades, transformando situações aparentemente simples e desprovidas de novidades em formas criativas e interessantes que possibilitam a participação e envolvimento do grupo. (MULLER & REDIN, 2007, p. 17)

É nessa fase de desenvolvimento que a criança está descobrindo o mundo à sua volta, movimentando, brincando, conversando e balbuciando, o que vem enfatizando a importância desse ambiente educativo para o desenvolvimento da criança para que esse seja um espaço onde elas possam ser ouvidas e consideradas como sujeitos sociais participantes de uma cultura, protagonistas sociais que se apropria do mundo do adulto dando-lhe outro sentido, criando um mundo simbólico para desenvolver o seu imaginário.
Tendo como foco para o desenvolvimento desse projeto no berçário, buscaremos dar visibilidade às possibilidades sensoriais, afetivas, motoras e de comunicação que os bebês possam nos oferecer, aguçando a sua curiosidade com a manipulação de objetos através do movimento em função de seu olhar curioso e observador.
É também na Educação Infantil que nós educadores devemos estimular o contato com a leitura desde a fase inicial do berçário para que encontrem na leitura acolhimento e prazer tendo o papel do professor mediar esse processo oferecendo a essas crianças livros de plásticos, emborrachados, de pano, livros de brinquedos e cartonados para que as crianças possam manusear e fazer a sua própria leitura que para Murray (2009, p. 38) “ao fazer uma leitura fingida dos livros-leitura sensorial, leitura pelos sentidos (olfato, tato, visão, audição e gustação/paladar), a criança, por certo, se aproximará do mundo da leitura.”
Desse modo, compreendemos que a brincadeira pode agregar as múltiplas linguagens, inclusive a artística, ressaltando que a arte é uma das formas de expressar o mundo, os sentimentos, desejos e emoções; as brincadeiras podem ser convertidas em qualquer forma de expressão artística. Nesse sentido pretendemos colocar a criança em contato com algumas formas de expressão artística, destacando, a música, a dança, artes visuais e objetos recicláveis.
Além disso, temos como objetivo do nosso trabalho oferecer às crianças do berçário um repertório musical novo com músicas e clipes infantis diversificados ampliando, assim, as possibilidades de aprendizagem de cada uma delas, pois reconhecemos que a música é uma das formas de expressão artística em que as crianças estão em contato desde bebês, através dos acalentos, das cantigas de ninar, e todos outros sons à sua volta que lhes despertam a curiosidade.
Desse modo, é de fundamental importância que nós educadores ampliemos este repertório musical das crianças, proporcionando a elas o contato com diversos objetos e instrumentos capazes de produzirem sons e experiências com as várias formas de se perceberem os sons do ambiente, ritmos diferenciados, ampliando assim a percepção dessas crianças quanto aos sons, desenvolvimento motor, força, velocidade, equilíbrio e autonomia.



Objetivos
Considerando a educação infantil um espaço propício e fértil para o desenvolvimento da criança, o brincar nesse processo deve-se fazer presente; situações estas que propicia a criança fazer descobertas e desenvolver suas capacidades afetivas, sensoriais, sociais, motoras, cognitivas. Assim, buscamos com esse projeto:
·        Incentivar as crianças a se manifestarem por meio de múltiplas linguagens;

 Metodologia

Esse trabalho se desenvolverá em quatro manhãs no mês de setembro: 04, 11, 16 e 25. A metodologia se pautará basicamente na compreensão que temos entre a indissociabilidade entre o cuidar e o educar; cuidar no sentido de considerar, acompanhar, ampliar as possiblidades de experimentar as coisas do mundo. A perspectiva é criar um ambiente educativo, estimulante que provoquem ações de manipular, pôr, tirar, empilhar, encaixar, jogar, amassar, puxar, enrolar, passar, pular, empurrar... Serão utilizados vários objetos e brinquedos com o intuito dinamizar essa proposta pedagógica.  
 No dia 04/09 trabalharemos com o tapete colorido em TNT e alto relevo em EVA, bolas coloridas grandes e pequenas e a mesa surpresa para que os bebês possam explorar, manusear e descobrir a mudança do ambiente do berçário.
 No dia 11/09 levaremos brinquedos confeccionados com materiais recicláveis como bilboquês, “vai-vem” e a massinha comestível no intuito de proporcionar a essas crianças pequenas o contato com diferentes materiais que favoreçam variadas sensações através das cores, formas, sons, tamanhos dentre outros.
No dia 16/04 disponibilizaremos instrumentos que provocam variados ruídos sonoros, como o chocalho, a clava, dentre outros com objetivo de aguçar-lhes o sentido auditivo para a produção de sons, barulhos e diferentes ruídos e elementos musicais que contribuam para a ampliação do conhecimento musical das crianças. Além disso, em todos os encontros colocaremos variados estilos musicais.
No último encontro que acontecerá no dia 25/09 faremos uma dinamização apresentando os animais da floresta com a música “Sítio do seu Lobato” e imitaremos os sons dos animais para que as crianças reconheçam e participem da imitação. Ofereceremos às crianças livros com figuras de animais e outras diversas confeccionados E. V. A, folhas de plástico e barbante para que elas observem as figuras, manuseiem e sintam a textura do material, além de disponibilizar sobre o tapete bichos de pelúcia e revistas para elas pegarem e brincarem. E por fim, daremos tinta e revistas a cada uma delas para que possam brincar à vontade, se sujarem, lambuzarem, rasgarem e melecarem da maneira como quiserem. 

  Recursos

  • Caixas de papelão;
  • TNT;
  • Brinquedos;
  • Móbiles em E. V. A;
  • Máscaras de bichos;
  • Tintas;
  • Revistas

 Avaliação

Avaliaremos o trabalho de desenvolvimento do projeto por meio do acompanhamento e registro do processo no decorrer das situações que fomos propondo ao longo do período que estivermos com as crianças, bem como o envolvimento, a satisfação, a alegria e interação das crianças com os adultos e entre elas.

Referências:

DORNELLES, Leni Vieira. Na escola infantil todo mundo brinca se você brinca. In: CRADY, Maria, KAERCHER, Gládis Elise P. da Silva (orgs). Educação infantil – pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001.

GUIMARÃES, Daniela. Técnicas corporais, cuidado de si e cuidado do outro nas rotinas com bebês. In: KRAMER, Sonia, ROCHA, Eloisa A. C. Educação infantil – enfoques em diálogo. Campinas, SP: Papirus, 2011.

MULLER, Fernanda, REDIN, Maria M. sobre as crianças, a infância e as práticas escolares. In: MULLER, Fernanda, REDIN, Maria M et al. (orgs). Infâncias-cidades e escolas amigas das crianças. Porto Alegre: Mediação, 2007.

MURRAY, Roseana. Entre letras e leituras. Presença pedagógica, v. 15, n. 85. jan/fev. 2009.


OSTETTO, Luciana. Aprendendo ser professora de bebês. In: OSTETTO, Luciana (org.). Educação Infantil: saberes e fazeres da formação de professores. Campinas: SP, Papirus, 2008.

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